“É uma rotina diária, completamente protegido por máscara, óculos, luvas, avental, macacão com protetor e máscara facial. Essa é uma forma de atender bem diferente do que costumamos. Os pacientes não conseguem ver o nosso sorriso. As vezes ouvem mal nossa expressão, nossa voz sai abafada. É um atendimento muito diferente do que costumamos fazer, que seria de forma humanizada. Existe medo e apreensão, tanto pela nossa saúde como a do paciente. Medo pelo que vai acontecer, pela evolução dos casos.
Mesmo quando a gente detecta que não tem um quadro sugestivo, a gente não consegue expressar pra ele através do nosso sorriso que ele está livre, está bem.
Então é uma forma bastante diferente e difícil de se habituar, mas é necessária para que a gente consiga seguir tendo o nosso senso de responsabilidade para aquilo que a gente fez a vida toda, que é tentar ajudar cada paciente, cada familiar. Esperamos a evolução disso tudo da melhor maneira, com melhora terapêutica, descoberta de vacinas e medicamentos.
Que tudo isso passe e a gente possa voltar a nos abraçarmos, a sorrirmos, a enxergarmos o sorriso um do outro. Que a gente passe com muito mais tranquilidade do que imaginamos que possamos sofrer. Boa sorte a todos, contem com a gente, estamos juntos.”
Adriano Muller, Médico
Pneumologista no Hospital Tacchini