
Se na vida adulta nós temos dúvidas e inseguranças, imagina na adolescência? A adolescência, por se tratar de um período de transição da infância para fazer a ponte até a vida adulta (durando, através de estudos, dos 12 aos 18 anos), muitas transformações ocorrem nesse período.
A questão de autoestima e imagem, é muito importante, pois é onde o crescimento e a mudança de aspectos não só emocionais, mas também físicos se fazem presentes. Junto com isso vem a questão do estar pertencendo a um grupo. A parte do pertencer, de iniciar e/ou fortalecer relacionamentos tanto de amizade quanto amorosos, também gera um turbilhão de emoções entrelaçando diretamente com a autoestima e a insegurança.
Porém, um dos maiores medos para os mais grandinhos que estão no terceiro ano, vulgo o último do ensino médio é: o que eu vou fazer da minha vida? Como eu realizo orientação vocacional, e justamente por isso chamo de orientação, pois vai muito além de um teste e de uma sessão. Eu costumo intercalar três testagens, incluindo um personalidade, além de questionamentos que façam com o adolescente tenha um reconhecimento com preferências, hobbys, ambientes.
O que eu mais escuto durante esse processo e também nos atendimentos clínicos é: “E se eu não gostar?” – normalmente aqui está atrelada a ideia de que ao iniciar um curso você vai ter que seguir essa profissão para o resto da vida, e quando não há uma decisão fica muito mais difícil de chegar a um curso em comum, pois a ansiedade e o medo tomam conta.
Como lidar com esses momentos?
Valide sempre as emoções do seu filho (a). Nunca fale que “isso é bobagem”, “não vale a pena chorar por isso” ou outras frases que façam com que o adolescente se feche e não sinta liberdade de expressar suas emoções (isso também é levado para a vida adulta, podendo ocasionar problemas no trabalho e em relacionamentos interpessoais). Então procure aceitar e acolher a tristeza, a ansiedade, e os medos do seu filho, o deixe mostrar seu ponto de vista e apresente o outro lado da moeda. Assim na base do diálogo e da tranquilidade, eles vão se sentindo mais seguros e formando caráter e opinião do que é certo e errado.
E em relação à escolha profissional?
Enquanto pais entendemos e sempre vamos querer o melhor para os nossos filhos, mas deixar para eles a liberdade de escolha é fundamental. Evite desprezar o curso escolhido por ele, com frases do tipo: “Você vai morrer de fome assim”, “Isso não dá dinheiro”, “Como você vai se sustentar?” entre outras frases que tememos, pois sim a questão financeira é um ponto de segurança. Porém garanto que qualquer profissão em que a pessoa se identifique, e ame o que faça com certeza vai gerar abundância. Quando fazemos as coisas por um objetivo em comum, como dinheiro, por exemplo, muito certamente ela será de curta duração, pois é insustentável viver com algo sem propósito.
Para finalizar: você entender e validar as emoções do seu filho (a) não significa não repreender, não explicar e até mesmo não dizer não. O não tem uma importância muito grande, pois é aí que aprendemos sobre limites, sobre impor e dar limite ao outro. Na questão profissional: não cobre tanto seu filho para decidir o que quer, tente entender as suas dúvidas, e se necessário busque um profissional que o ajude de fato a orientar e ampliar a visão sobre trabalho e profissões.
