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CIC-BG LEMBRA DIA DA INDÚSTRIA | Avanço da tecnologia é legado da pandemia para indústria

Reinvenção talvez tenha sido a palavramais adotada – e praticada –pelas empresas para, em meio à pandemia, encontraralternativas a fim de amenizar os efeitos da crise sanitária. Esse período deexceção exigiu outras adequações em setores como a indústria, cujo dia nacionalé lembrado em 25 de maio. Talvez seja cedo para afirmar como será a indústriado pós-pandemia, já que o controle do vírus ainda é uma incógnita, mas éimpossível não atentar para os sinais emitidos por essa atividade econômica.Muitos se baseiam em mudanças que seriam incorporadas pelos setores produtivosfuturamente, mas que a própria pandemia acabou por acelerar.

Na indústria, acostumada com a inovaçãocomo forma de buscar mais eficiência, esse processo foi mais natural, mas aindaassim ocorreu com dinamismo extra. A tecnologia ajudou empresas a se manteremabertas, avalia o presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços deBento Gonçalves (CIC-BG), Rogério Capoani. Segundo ele, simples formas de secomunicar possibilitadas pela internet, por exemplo, ajudaram diversos negóciosa se aproximarem do seu público. Em outras ocasiões as redes sociais foramimportantes para reforçar o marketing, enquanto a internet possibilitou oandamento dos setores administrativos das empresas”. Acredito que atecnologia, depois do advento da pandemia, passou a ser vista como estratégicapara as empresas, e não mais como um suporte para as operações. É um caminhoaberto e acessível para todos seguirem daqui por diante”, avalia Capoani.

Por conta dessa resiliência, o setormerece reconhecimento especial na celebração do Dia da Indústria. “Nestedia especial, quero parabenizar a todos os industriários de nossa cidade. O Diada Indústria é de fundamental importância para todos nós. Precisamos enaltecertodos os profissionais que trabalham nesse segmento, grande alicerce da pujançade Bento Gonçalves. O Centro da Indústria, Comércio e Serviços faz umagradecimento especial a todos esses empresários e trabalhadores e se colocasempre à disposição para apoiar ações que levem à contínua prosperidade de modoa nos conduzir de forma sólida para o futuro”, destaca Capoani.

 

Dinamismoe agilidade em busca da adaptação

Chama atenção, também o ritmo desseprocesso de ajuste em busca da competitividade. “A velocidade com que cadapessoa e empresa teve que se adaptar ao uso de uma nova tecnologia foi semprecedentes na história”, analisa o presidente da Federação das Indústriasdo Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry. “Oproduto manufaturado enfrenta competição, interna e externa, e por isso estásempre buscando o aprimoramento. O que tivemos de diferente foi uma aceleraçãodesse processo”, reforça.

A professora de Economia da Universidadede Caxias do Sul (UCS) Lodonha Soares concorda com Petry quanto a celeridadedas mudanças. Para ela, mesmo que esse processo ainda esteja em curso, algumassituações que ganharam velocidade na pandemia devem se confirmar no futuro comopráticas corriqueiras. Uma delas é o home office, que timidamente estava emcurso no país, principalmente depois da reforma trabalhista de 2017.

Ela cita outras situações, como o avançoda tecnologia, por exemplo, tanto para processos administrativos quanto paraprocessos produtivos. “Isso já vinha acontecendo antes mesmo da pandemia,mas ganhou muita velocidade. A inteligência artificial, por exemplo, vem parasubstituir trabalhos que podem ser feitos sem a presença do homem e até paraatividades mais elaboradas já existem protótipos nesse sentido. Temos mudançasmuito mais rápidas na atualidade do que foi um tempo atrás, a velocidade dodesenvolvimento tecnológico está muito mais rápida”, opina Lodonha, tambémcoordenadora do Observatório do Trabalho da UCS.

Outro aspecto que deve ser incorporadopelas indústrias mesmo quando a pandemia passar, segundo a professora, é ocuidado com a proteção pessoal. Para ela, o uso de equipamentos como luvas emáscaras deve fazer parte do dia a dia dos trabalhadores. “Será umamudança cultural, para além do coroavírus, até como uma forma de prevenção nocombate à gripe e a outros possíveis surtos”, destaca.

 

Embusca da  competitividade

O presidente da FIERGS, Gilberto PorcelloPetry, ressalta que a indústria vive um constante processo de adaptação para semanter competitiva, com as empresas precisando desenvolver estratégias emdiversas áreas e não apenas nos processos de produção. Ele diz que um pequenodiferencial em questões como logística, concorrência, comunicação, qualificaçãoe relações governamentais pode ser a diferença para manter ou agregar um novocliente. A pandemia, para ele, afetou todos esses segmentos.

Petry exemplifica utilizando o fretemarítimo, que ficou dez vezes mais caro em algumas rotas, significando umanecessidade de repensar fornecedores. “Outra questão está nas comprasonline, que também exigem agilidade para entrega e devolução, o que aproxima asfábricas dos clientes finais. Destaco também as questões ligadas ao meioambiente, sociedade e governança, o chamado ESG, que ganhou muita popularidadeno último ano. Esses são apenas alguns fatores que sofreram forte impactorecentemente”, comenta o presidente da Fiergs.

Mesmo diante de um cenário complicado, eleacredita que a indústria sairá fortalecida da crise. Para ele, com a interrupçãodas cadeias globais de fornecimento ficou evidente a importância de se ter umaindústria dinâmica, com alta capacidade e diversificada. “Mesmo diante deuma calamidade social e sanitária não faltaram produtos. Enfrentamos umaincerteza sem precedentes, que impactou o preço dos produtos básicos e doscustos de produção e adaptação, que mudou o comportamento de consumidores,mesmo assim o setor buscou alternativas para manter a produção e atenderpedidos quando esses apareciam”.

A indústria gaúcha até chegou a produzir,em setembro passado, mais do que no período pré-pandemia, mas fechou 2020 comuma queda de 5,5%, principalmente devido aos difíceis meses de março, abril emaio. As projeções para 2021 são melhores: “esperamos fechar comcrescimento de 6,3%, o que significa um avanço médio de 0,4% no biênio2020-2021”, prevê.

Apesar disso, ainda há preocupação com oatual nível dos custos, principalmente das matérias-primas. “Se não houverum recuo, a tendência é de preços mais altos e menor produção. O caso dasfabricantes de veículos que deixam o país é apenas um exemplo com maisvisibilidade. Um mercado consumidor mais pobre inviabiliza que as indústriasproduzam em escala, o que é fundamental para a redução do custo médio deprodução”, analisa o presidente da Fiergs.


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