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Educação financeira: tudo que você precisa para organizar sua vida

Educação financeira: tudo que você precisa para organizar sua vida

Não é novidade que ter uma relação saudável com o dinheiro é uma das maiores dificuldades dos brasileiros. A educação financeira não faz parte da cultura e do ensino no país, mas especialistas dizem que nunca é tarde para começar e mudar os hábitos negativos. Com o mínimo de organização e controle, todos podem atingir o bem-estar financeiro, não importa o tamanho do salário ou a classe social. Eles afirmam que a mensagem é clara: precisa ser inteligente ao direcionar o seu dinheiro, poupar e investir.

Com foco em educação financeira dos empresários, o fundador e diretor executivo da Otimizy Sistemas Inteligentes, Samuel Basso, que atua há 15 anos no ramo de gestão de negócios, diz que ter um planejamento dentro das empresas, assim como a organização financeira pessoal são muito importantes. “Conheço bem a situação de cada empresa que atendemos. E essa área me fez identificar que a maioria das empresas negligenciam nesse assunto, mas para uma empresa conseguir crescer, ela precisa ter saúde financeira e infelizmente essa é uma área que todo mundo deixa a desejar”, explica. 

O momento atual é oportuno para salientar que a crise vem para todos e quando a baixa de faturamento acontece, a empresa que não tem saúde financeira, que atualmente são 99% delas, são muito afetadas. “De todos os meus clientes, aqueles que eu sei que tem um controle de gestão bem adequado, não sofrem durante 30 a 40 dias fechados. Agora as empresas que não tem, são as primeiras que acabam sofrendo muito com cortes bruscos como demissões e outras coisas. Então venho trabalhando muito na gestão financeira para incentivar as pessoas a começarem a controlar bem as empresas e os números”, conta Basso. 

Não se trata apenas de economizar, cortar gastos e acumular patrimônio, saúde financeira proporciona qualidade de vida e menos preocupações. Pensando nisso, reunimos o básico sobre assunto:

O primeiro erro comum, é a mistura das contas pessoais e empresariais, como se fosse um único ser. Na conta da empresa só podem ser gerados pagamentos e controles da empresa. O proprietário deve receber um pró-labore pra isso. 

Qualquer empreendedor precisa saber o lucro da sua empresa. 90% ou até mais empresários não sabem a lucratividade do seu negócio. O objetivo de qualquer empresa é ter lucro, para fazer com que ela sobreviva e cresça. 

Registrar tudo. Mesmo que a movimentação financeira seja de R$ 1,00 ou R$10 mil reais, precisa anotar. Isso ajuda a identificar o que acontece na empresa e qualquer custo desnecessário é possível cortar. 

Analisar os dados e tomar decisões com segurança. Quando você começa a registrar, você começa a ver um monte de possibilidade de redução de custos, porque diagnostica o quanto de vazamento de dinheiro tem o negócio. Esse gerenciamento precisa ser mensal, trimestral, quanto mais frequência melhor e isso aumenta a lucratividade da empresa. 

Ter uma reserva de emergência é primordial. Para qualquer tipo de crise, emergência, incêndio, roubo, multa rescisória, você terá um capital de dinheiro pra sustentar esse período. 

 

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O perfil do brasileiro é considerado imediatista

Já para Luciane Werner, Consultora de Finanças Pessoais, o conceito de educação financeira, vai muito além de guardar dinheiro, registrar os gastos e pensar no futuro. “É uma mudança de comportamento, de hábitos, de poder fazer escolhas de forma inteligente. Não há uma receita pronta para isso, pois cada pessoa tem um estilo de vida diferente da outra. Uma pessoa que organiza seu dinheiro tem melhor qualidade de vida e sabe administrar com mais segurança”, explica.

É mais importante ensinar aos filhos como controlar o dinheiro, ao invés de ganhar dinheiro, como é o pensamento da maioria das pessoas. “Repassar o conhecimento adquirido através das experiências vividas com o dinheiro, deveria ser prioridade na formação dos filhos. Todo ano lemos notícias sobre aumento do número de pessoas endividadas e dependentes de linhas de crédito, empréstimos ou até de ajuda de familiares para sobreviver. A cada 10 brasileiros, quatro encontram-se inadimplentes, de acordo com a Serasa Experian. A principal contribuição da educação financeira é a de quebrar o ciclo de gerações de pessoas endividadas e criar uma nova geração de pessoas e famílias equilibradas financeiramente”, pontua Luciane.

 

Atualmente as empresas têm investido muito em educação financeira com seus funcionários, pois de acordo com os dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e SPC Brasil, temos 61 milhões de pessoas endividadas, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Um funcionário envolvido em dívidas, pode desencadear estresse, aumento de ansiedade e sendo menos produtivos. Outro problema que podem apresentar são as dificuldades de relacionamento em equipe, ocasionando prejuízos para a empresa e para o funcionário”, explica. 

Educar-se financeiramente, requer uma prática diária, enfatiza a consultora. “Muitas pessoas desistem pois acham difícil anotar os gastos, ainda mais para aquela que precisa organizar o orçamento, pois vem gastando mais do que ganha. Precisa gastar menos com cartão de crédito, cheque especial e claro, que mudar o padrão de vida, tendo que fazer escolhas por uma vida mais simples”, relata Luciane.

 

O perfil do brasileiro é considerado como imediatista. “Não temos a cultura de pensar no longo prazo. A maioria das pessoas quer viver o hoje, assim gastam mais do que ganham, visualizam o carro dos seus sonhos, e são convencidos de que as parcelas cabem no seu bolso, sem ao menos pensarem racionalmente o quanto custará o carro até o pagamento total do bem. Só irão perceber disso após ter passado a euforia, quando o sonho já não é mais o carro e passa a ser outro”, esclarece.

A especialista explica que é aconselhável diversificar os investimentos, entre a reserva de emergência, de no mínimo seis meses o valor das suas despesas mensais, por exemplo, se o total das despesas são de R$ 2.000,00 o ideal é que tenha uma reserva de emergência de no mínimo R$ 12.000,00. Esse valor deve estar em um investimento com liquidez diária, podendo resgatar a qualquer momento. Nesse caso, existem investimentos como:  CDB, Tesouro Direto, ou até mesmo em caderneta de poupança. Para investimentos de renda fixa, com prazo de dois a cinco anos, existem os Fundos de Investimento, LCI´s, LCA´s, Debêntures.

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Conheça o seu perfil de investidor: 

Conservador, aquele que é mais seguro; o Moderado, que gosta de arriscar um pouco mais em seus investimentos e o Arrojado, que quer rentabilidade a todo custo e não se importa em perder o que investiu, pois tem conhecimento sobre o mercado financeiro. 

Existem investimentos para todos os tipos de perfis, e ter ciência de quanto maior a rentabilidade do investimento, maior é o risco. Então antes de investir, aconselho que a pessoa busque conhecimento e saiba onde é o melhor lugar para direcionar o seu patrimônio. Uma forma para quem me questiona como deve realizar os seus investimentos, é de conhecer os seus objetivos de curto, médio e de longo prazo. 

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Consumo impulsivo é sinônimo de falta de planejamento financeiro

O estímulo ao consumo é muito grande e paralelo a isso pouco se fala em investir. Para técnica do Sebrae, Tamara Piazzetta o consumo consciente com certeza é o passo mais difícil, devido à grande oferta de promoções e facilidade de compra, principalmente pela internet, que acabam desviando o planejamento financeiro. “As compras compulsivas, o imediatismo por possuir algo, normalmente terminam em maus investimentos. A falsa ilusão de pagar parcelado e ao final das parcelas perceber que pagou duas vezes aquele produto, também é um bom exemplo”, explica. 

A frase: “quem guarda tem”, nunca foi tão essencial nos dias atuais. Poupar é acumular valores no presente para utilizá-los no futuro, o que geralmente envolve mudança de hábitos. Já investir é empregar o dinheiro poupado em aplicações que rendam juros ou outra forma de remuneração ou correção. “Primeiramente é necessário fazer um planejamento mensal e identificar quais são as sobras de recurso. Ter uma meta facilita a escolha da melhor forma, entre guardar ou investir. Por isso é necessário ter muito claro o que se deseja fazer com essa sobra, e quando você deseja atingir a meta estabelecida”, relata Tamara.  

Na vida empresarial, não é diferente. Destinar parte dos lucros para novos investimentos, ampliações, crescimento ou ainda para emergências, deveria ser uma prática e estar registrado no fluxo de caixa, explica Tamara. Algumas dicas orientadas pela profissional são: defina prioridades de pagamentos, como fornecedores, por exemplo; Corte despesas desnecessárias; Renegocie pagamentos de custos fixos, como aluguel, alarme, associações, financiamentos; Fique atento as medidas do governo; Oferte novos canais de pagamento aos seus clientes. Empreendedores que já praticavam educação financeira na sua vida pessoal, conseguem ter uma melhor gestão financeira de seus negócios. 

 

Tenho renda, mas não sei administrar o dinheiro. E agora?

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o endividamento das famílias alcança novo recorde em junho de 2020.  O percentual de famílias que relataram ter dívidas alcançou 67,1%, aumento de 3,1% pontos percentuais em comparativamente aos 64,0% registrados em junho de 2019. 

Esses dados foram trazidos pela empreendedora e consultora financeira Carine Barbosa Peccin, que enfatiza, ter renda é importante, mas saber administrar a mesma é essencial. “A educação financeira não faz parte da grande maioria dos brasileiros. É comum os pais incentivarem os filhos a estudar e conseguir um emprego para ter estabilidade e ser feliz. Chegou o momento que mesmo com estabilidade, as pessoas contraíram dívidas, sentindo-se a dificuldade de lidar com dinheiro”. 

Quantas vezes você já ouviu as seguintes frases: “dinheiro não dá em árvore”, “somente os ricos que tem dinheiro” ou “dinheiro é sujo”? Essas são algumas crenças limitantes herdadas de gerações passadas e que tornam o tema dinheiro, um assunto que as pessoas se sentem desconfortável em lidar. “O recomendado é buscar o autoconhecimento e acreditar de que podem mudar o seu futuro para melhor com o próprio esforço, independente da renda de cada um. Assim como vamos ao médico para consultar a saúde física, sugere-se também nas finanças, diagnosticar e tomar uma decisão de construir a saúde financeira”, explica Carine. 

A dificuldade em alcançar a educação financeira está na tomada de decisão em agir para sair do estado atual e mudar a forma como lida com o dinheiro. O equilíbrio mental é importante para não decidir somente com a emoção.


Os desafios para alcançar a educação financeira estão em:

 eliminar as crenças limitantes

 buscar o autoconhecimento, entender os seus desejos x necessidades.

estudar sobre finanças: adultos e crianças

 buscar ajuda de um profissional, para planejar e aprender a lidar com o dinheiro

 

A disponibilidade de crédito financeiro é uma das maiores dificuldade de mudança dos brasileiros, passando um sentimento de liberdade, mas é algo apenas momentâneo. “Então, o sentimento gera um pensamento de que se está ali disponível é para ser usado. É aí que está a autossabotagem, partem para ação e usam o limite total do cartão de crédito, cheque especial e empréstimos. Lembrando que não é normal usar sempre o crédito sem planejamento. Por exemplo, ter cartão de crédito não é errado, mas deve ser utilizado com consciência, pois o cartão é um meio de pagamento e não dinheiro disponível. Outra situação, são as compras por impulso. É importante identificar se é um desejo ou necessidade. Se o desejo foi planejado, está tudo certo. Mas quando surgem vários desejos e você realiza todos sem planejamento, com certeza vai ferrar com as finanças”, relata. 

E para finalizar Carine parafraseia Gustavo Cerbasi, autor de livros de finanças: “O importante não é ter o melhor plano, mas sim ter um e ser persistente em sua execução.”

 

 

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