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Histórias cativantes de líderes empresariais marcam abertura do Inspirando Mulheres Empreendedoras

Programação segue até a quinta-feira, com palestras, painéis e feira, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves

Clovis Tramontina, Fabio Wahl e Maria Anselmi na abertura do IME. Imagem: Gabriel Santos

A noite de domingo (16) foi uma amostra do que o público encontrará ao longo da programação do Inspirando Mulheres Empreendedoras: histórias que transformam vidas a partir do intercâmbio de experiências, da troca de conhecimento e da coragem em motivar (re)começos.

Exemplos assim marcaram a abertura do programa, criado para fortalecer o empreendedorismo feminino, ao reunir grandes líderes empresariais para compartilharem suas trajetórias. No palco do hotel SPA do Vinho, em Bento Gonçalves, onde o evento ocorre até quinta-feira (20), com inscrições ainda abertas, inclusive na hora, Maria de Lourdes Anselmi, Clovis Tramontina e Fabio Wahl contaram que, para empreender, é preciso crença no que se faz e, fundamentalmente, muito trabalho.

Ensinamentos familiares também entram nesta conta. “Sou o que sou hoje por causa dos princípios e valores que meus pais me ensinaram: trabalhar, fazer as coisas corretas e ajudar as pessoas”, disse Maria à jornalista Izabella Camargo, que intermediou o bate-papo.

Clovis lembrou que a Tramontina carrega valores de duas famílias, os Tramontina e os Scomazzon. “Eles eram muito maiores do que nós e resolveram nos ajudar na contabilidade por intermédio da minha avó (Elisa) porque havia uma vontade de a gente crescer. Acabaram se complementando, porque meu pai (Ivo) tinha conhecimento do chão de fábrica e o Rui (Scomazzon) era um intelectual”, comentou.

Wahl também deu seu testemunho explicitando a força dos laços sanguíneos. “Família também inspira”, disse o empresário que, ao vender bolo de chocolate com a receita de sua mãe, criou uma franquia de restaurantes na Alemanha.

Trabalho e confiança

Hoje todos empresários de sucesso, eles tiveram que trabalhar muito para alcançar reconhecimento. Maria contou que trabalhou durante três anos com serviços de corte e costura para malharias de Farroupilha até conseguir juntar dinheiro para começar a investir em seu sonho.

Adquiriu tecido e fez 20 camisas. Tentou vender nas lojas do centro de Farroupilha e nada. Certo dia topou nas ruas da cidade com uma revendedora de Porto Alegre. Maria a levou até sua casa e mostrou as peças. Foi o começo do que viria a ser a Malharia Anselmi, hoje com 10 lojas, três centros produtivos e 600 funcionários.

À época sem telefone, o retorno do sucesso das vendas chegava via Correios. E as encomendas também. “Um dia ela trouxe uma amiga que também revendia e assim a roda começou a girar”, disse, lembrando das horas e horas costurando num pequeno quarto, criando dois filhos – o terceiro viria anos depois – e economizando dinheiro para comprar matéria-prima. Um pouco depois, já em uma casa maior e com máquina de tecer, as primeiras malhas começaram a ser produzidas. E a fama da Anselmi a se espalhar.

Clovis contou um episódio ocorrido em 1981 que ajudou a Tramontina a adentrar mais fortemente no mercado nacional. Então gerente de vendas, foi a São Paulo determinado a vender seus produtos na Mappin, gigante loja de departamentos da época. “Apresentei uma travessa de aço inoxidável rasa sem virola (espécie de aro). Não tinha virola porque nós não tínhamos a máquina para fazer isso e eu disse que não tinha por uma questão higiênica, de não ficar resíduo de comida. Nós precisamos acreditar no nosso produto. Conseguimos entrar lá, e naquela época havia 17 marcas melhores que a Tramontina”, disse. 

Acreditar no produto também foi o que ajudou a transformar a vida de Wahl na Alemanha. Ele se mudou para lá para estudar a língua, mas não tardou a ficar sem dinheiro. Numa confraternização da escola, resolveu levar um bolo de chocolate preparado com a receita de sua mãe.

O doce acabou virando um sucesso. “Eu tive 1% de sorte de encontrar aquele senhor na escola que me disse para começar a vender o bolo. Se você não acredita que seu produto é bom, você não pode esperar que seu cliente venha elogiar você”, disse o hoje proprietário da Filón, casa de tapas com diversas lojas em Hamburgo, em que o bolo é o item mais vendido do cardápio.

Na caminhada de cada um, muitos ensinamentos e visões de mundo foram acrescentados à vida dos empreendedores. Para Wahl, o respeito às pessoas é fundamental. “Eu treino meus funcionários pessoalmente, porque acho que somos do tamanho daquilo que compartilhamos. Acima de tudo, precisamos ter respeito com as pessoas que trabalham conosco, porque elas nos fazem acreditar que tudo é possível”, ensinou.

Maria também reforçou a preocupação com as pessoas. “Eu não posso ser feliz sozinha, estou olhando quem posso ajudar. Temos que cuidar do produto, das pessoas, do meio ambiente, se preocupar com a sociedade. Sou realizada porque meus filhos têm meus valores. A cabeça tem que estar aberta sempre para aprender, mas os princípios e os valores eu não abro mão. Se colocar dinheiro em primeiro lugar e passar por cima das pessoas, já está fazendo a coisa errada”, reforçou. Clovis concordou. “Para ser líder, é preciso seguir os valores da empresa. A principal característica é ser um construtor de relacionamentos”, aconselhou.

Um evento para se transformar

Tudo isso também tem relação com o IME. O programa criado por Luciana Mitri surgiu após a perda repentina de seu marido, a quem começou a namorar aos 14 anos e ficou junto até sua partida, quando ela tinha 48 anos. Com os dois filhos morando fora do país, percebeu que ela precisava mudar sua vida. “Eu precisava ser protagonista da minha história, que até então era uma história escrita a dois”, contou.

Decidiu, então, sonhar novamente, a partir de histórias empreendedoras, já que ela também era uma. Começou por Portugal, e a experiência foi transformadora, através de cursos e contato com cases de empreendedoras.

“O mais emocionante foi a conexão entre as mulheres. O Inspirando contava a minha história, e hoje conta a de muitas mulheres. A vida depende do ponto de vista de quem olha para ela, e ela traz mil possibilidades de a gente ter coragem, assumir e fazer diferente. O Inspirando, para mim é isso: ouvir histórias inspiradoras, fazer diferente e criar novas histórias”, disse a criadora do IME.

O IME trará à tona os temas Um Novo Olhar sobre Empresas Familiares e Sucessão; Redesenhando o Estilo de Vida e dos Negócios; Economia Circular e Regenerativa; e Influência da Cultura Local nos Negócios. Além das palestras, oferece experiências, cases, feira de empreendedorismo, networking e programação enoturística (por adesão)

Serviço

O quê: Inspirando Mulheres Empreendedoras (ME) – Vale dos Vinhedos

Quando: até 20 de abril

Onde: SPA do Vinho, no vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves/RS

Quanto: R$ 675 + 10% de taxas, para todos os dias do evento. Ingresso individual a R$ 198 + 10% de taxas. Ingressos para os 16, 17 e 19 ou para os dias 16, 18 e 20, R$ 397 + 10% de taxas

Ingressos: à venda pelo Sympla (https://bit.ly/3MvzsFF)

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