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Memórias docentes, o cheiro e as cores de uma vida dedicada a ensinar

A escola é um lugar de memórias e criação de identidade. Estimular os professores a revirar a própria história e contar sobre suas experiências pode ser uma boa maneira de valorizar o trabalho dessa profissão tão importante. Os tempos mudaram, a tecnologia foi inserida nas salas de aula e os alunos estão mais ansiosos do que nunca por esse panorama digital. Mas também não podemos negar que a pandemia colocou a todos para refletir, e como resultado, muitos costumes antigos foram resgatados. 

Com direito a serenatas na porta de casa em uma sexta-feira à noite, convites para formaturas, casamentos e caronas para ir a aula, Rejane Cobalchini resgata boas memórias dos seus 32 anos à frente de turmas, como professora de química. E, na memória, a afetividade dos tempos em que lecionava em escolas de Bento Gonçalves. “Essa profissão permite que não se passe apenas pela vida dos alunos, mas que sejamos importantes na vida deles. Tenho certeza que quem está lendo essa matéria vai lembrar de uma professora ou professor que fez a diferença em sua vida. Se hoje você visse esse professor(a), tenho certeza que o chamaria e, se possível, lhe daria um belo abraço.  Isso é ser professor”, conta emocionada. 

Brincadeiras saudáveis, uma troca muito grande de cumplicidade e respeito entre professores e alunos é como a profissional lembra a sua trajetória nas escolas municipais. Atualmente, Rejane atua no ramo de persianas e cortinas, entusiasmada, diz que tem orgulho de quando um aluno vai ao seu estabelecimento e a chama de “profe”. “Quando eles lembram de mim e dizem que foram meus alunos, muitas vezes temos belas gargalhadas lembrando dos bons tempos de escola”, diz.

A professora explica que a facilidade de busca por conteúdo online faz com que livros que eram considerados importantes e todos os alunos deveriam ler, nem existam mais. “Fazer trabalhos e estudos em grupos faziam com que os alunos ficassem mais unidos naquela época. Muitos desses grupos ainda existem. O estudo era um “saco” para muitos deles, mas mesmo assim estudavam. A tecnologia aplicada hoje no “Google e no Ctrl  C + Ctrl V”, fazem com que muitas vezes algumas leituras deixem de existir, porque os pequenos sabem usar a calculadora do celular, que antes os cálculos eram feitos de cabeça, o que desenvolvia a agilidade no raciocínio”, explica. 

“A Rejane foi minha professora e a memória que eu tenho é que ela falava e ainda fala que eu era uma ótima aluna, mesmo eu achando que não era. E isso me traz muito carinho. O que eu lembro era dela com autoridade de professor, mas um coração de mãe, com um sorriso no rosto e a entonação de voz, típica, além da relação de afeto com os alunos. Sou filha de professora e eu sei que essa dedicação é além da sala de aula, é uma dedicação que permeia a vida pessoal deles. Eles levam pra casa trabalhos e preocupações, porque vivenciam as alegrias, conquistas e problemáticas da infância e adolescência. Eu acho que é importante valorizar essa profissão porque tem um papel central na formação de todos nós, como um todo”, relata Karina Guidolin

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