Os profissionais de saúde do Tacchini que estão trabalhando na linha de frente no combate ao Coronavírus encontraram uma maneira de levar um pouco mais de conforto e transmitir segurança e empatia aos pacientes que estão isolados nos leitos. Eles estão usando crachás ampliados, contendo seus nomes, funções e fotos onde aparecem sorrindo.
A ideia, que começou a ser adotada nos Estados Unidos e se espalhou para hospitais de todo mundo, busca mostrar a pessoa por trás da quantidade enorme de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tornando mais humano um momento que já carrega consigo uma série de angústias e dúvidas, sobretudo em função da necessidade de isolamento do paciente.
“Poder enxergar o rosto e a fisionomia de quem está atendendo gera uma sensação de segurança que acabou se perdendo durante a pandemia. Precisamos lembrar que pacientes COVID ficam isolados em uma unidade de internação ou entram desacordados em um leito de UTI, recobrando a consciência em um ambiente estranho a eles. Receber os sorrisos que certamente já estão embaixo das máscaras, melhora a experiência de quem está internado e também de quem está realizando o atendimento, uma vez que os crachás mostram que, mesmo cobertos de equipamentos, os profissionais da saúde ainda são pessoas cuidando de pessoas ”, avalia a dra. Nicole Golin, Coordenadora do grupo de Experiência do Paciente do Hospital Tacchini.
Os crachás de toda a equipe foram uma doação da ONG ImageMagica, que possui sede em São Paulo (SP). Fundada em 1995 pelo fotógrafo e empreendedor social André François, ela utiliza a fotografia como ferramenta para promover o desenvolvimento humano e a transformação social, percorrendo o Brasil e o exterior com projetos educacionais e documentais, realizados sobretudo nas áreas da saúde e da educação.
“Durante a pandemia, percebemos a dificuldade dos pacientes em reconhecer por quais profissionais estavam sendo cuidados, já que estavam cobertos por todos equipamentos de proteção. Por outro lado, também notamos a necessidade dos profissionais de saúde em se conectarem com os pacientes. Sabemos que por trás de todos os equipamentos há um sorriso, uma historia e uma identidade, e através dos crachás humanizados, buscamos revelar isso. Temos certeza de que qualquer situação fica melhor quando oferecemos a ela um novo olhar”, descreve a nutricionista Danusia Capoani, do grupo de humanização do Hospital Tacchini e uma das idealizadoras do projeto.
O sentimento também é compartilhado com os colaboradores que receberam o crachá. Para a fisioterapeuta Renata Monteiro Weigert, criar novos formatos de comunicação é muito positivo tanto para pacientes quanto para os profissionais. “Durante a pandemia, nós, profissionais da saúde, apenas conseguimos nos expressar com os olhos e com o tom da nossa voz. Ficamos felizes em saber que, de alguma forma, os pacientes vão ver nosso sorriso e que com ele podemos aliviar algumas das angústias e medos que muitas vezes eles demonstram durante a internação. Saber que eles podem nos conhece melhor de alguma forma faz com que os sentimentos de empatia e humanização sejam completos”, finaliza.