Solução e inspirações da maior feira mundial voltada ao varejo

Associados da Apeme falam sobre a experiência de participar da NRF Retail’s Big Show 2023

Imagem: Arquivo Pessoal APEME

A máxima de que quem não busca acompanhar as mudanças e tendências do mercado fica para trás se tornou ainda mais verdadeira depois da pandemia. A NRF Retail’s Big Show 2023, maior feira mundial voltada ao varejo, deixou essa tendência bem clara durante a edição deste ano, realizada em janeiro, em Nova Iorque (Estados Unidos). O evento dita tendências e compartilha boas práticas para diversos segmentos e neste ano teve mais de 350 palestrantes e 800 expositores das principais marcas mundiais.
Dois associados à Apeme (Associação de Pequenas e Médias Empresas de Garibaldi) que participaram do evento – a arquiteta Fernanda Pruinelli e o empresário Valdemiro de Souza Filho, da Nechamp – contam um pouco da experiência.

Simplicidade e inteligência
Para Fernanda, o que mais surpreendeu nesta edição foi o fato de os temas abordados nas palestras e nas visitas técnicas serem realmente aplicáveis no dia a dia de empresas, independentemente do porte ou da localização. A simplicidade das soluções encontradas também encantou a arquiteta: “como empresa que desenvolve projetos de arquitetura em espaços comerciais foi excelente perceber como soluções simples e ideias criativas podem transformar um ambiente de modo que a loja física se torne mais atrativa para o cliente, com algo além do produto que ela oferece. Isso nos inspira a criar elementos que diferencia essa loja de modo que o cliente possa ter uma melhor experiência de compra”, detalha Fernanda.
Muitas vezes a ideia de empreender ou renovar vem atrelada à necessidade de altos investimentos, algo que foi desmistificado durante o evento na visão da arquiteta: “Sempre se tem a impressão de que para abrir ou reformar um espaço é necessário muito dinheiro, mas isso não é verdade”, garante. Como exemplo, ela cita o caso da Mango, uma gigante da moda espanhola que abriu uma loja em uma das regiões mais requisitadas do mundo: a 5th Avenue, em Manhattan. O prédio, construído em 1920, tem três andares e 2.000 metros quadrados de área. “Eles ocuparam o espaço que anteriormente era de outra grife famosa, mas não fizeram uma reforma completa: reutilizaram 70% da estrutura pré-existente, incluindo luzes, pisos e outros elementos. Investiram somente no que era necessário para destacar a identidade da marca. Como arquiteta, percebo cada vez mais que é necessário ter essa consciência e um plano que seja inteligente em relação ao que vale a pena ou não fazer, tanto para diminuir os custos quanto em função da sustentabilidade”, explica. Essa tendência de aproveitamento não para por aí: para incentivar os clientes a viverem de forma mais sustentável, a Mango conta com caixas onde as pessoas podem deixar roupas e calçados velhos para serem reciclados ou revitalizados.

Inteligência Artificial
Quando participou de uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, em 2019, o empresário Valdemiro de Souza Filho, fundador da Nechamp Alimentos, ficou admirado com a utilização de Inteligência Artificial, uma tendência dita “de futuro” na época. Ocorre que um dos poucos legados positivos da pandemia da Covid-19 foi antecipar esse futuro em cerca de 10 anos. “A participação na NRF 2023 através da Arcor, marca da qual somos os distribuidores mais antigos do país, intensificou essa impressão de que o que só aconteceria dentro de alguns anos já é realidade agora. Só se fala em Inteligência Artificial como solução, especialmente para três problemas mundiais: escassez de mão de obra, energia limpa e alimentação saudável. O mais surpreendente é que a tecnologia que antes parecia inacessível agora está ao alcance de qualquer empresa, embora ainda muito cara”, explica Valdemiro.  
“Durante a NFR vimos startups que oferecem soluções para uma quantidade inimaginável de problemas. Um exemplo: um sistema que faz com que um estoque que hoje ocupa 4.000 metros quadrados e demanda o trabalho de 10 pessoas passe a caber em apenas 500 metros quadrados, com apenas dois colaboradores gerenciando. Sem contar que a chance de erros no processo é praticamente nula”, conta o empresário.
Na Nechamp, algumas soluções já vêm sendo pensadas e implementadas visando se adequar a esta nova realidade que será capaz de tirar do mercado quem não acompanhar as tendências, na visão do empresário. “Já compramos um sistema de e-commerce que simplificará a relação com os supermercados e demais estabelecimentos que atendemos. Talvez não seja tão necessário hoje, mas imagino que em alguns anos será realidade, e dessa forma estaremos preparados para essa mudança”, comenta. Por outro lado, esta ferramenta atenderá a falta de mão de obra. Valdemiro esboça preocupação quanto ao futuro. É um mundo que nos assusta e ao mesmo tempo muito nos inspira e encanta. É um caminho sem volta”, finaliza.

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