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Um Novo Olhar | As despedidas por Melissa Poletto

repararam como a vida é uma caixa de surpresas? E que essas surpresas, quase sempre, estão acompanhadas dedespedidas? Aliás, lidar com despedidas deveria ser uma disciplina da escola da vida. E deveria ser ministrada lá no ensino fundamental.

Tudo começa com adespedida do local quentinho, aconchegante e protegido lá no útero da nossa mãe. Aliás, este é o nosso primeiro ato de sucesso, nosso nascimento. Ali, já começa a despedida. E logo, chega o momento de a mamãe voltar ao trabalho após a sua licença maternidade. Neste momento, muitos filhos vão para a creche, conhecem um novo ambiente e,quando menos esperam, mais uma despedida. Saem da creche para então adentrar na educação infantil, depoisensino fundamental e ensino médio. Em todos essespercursos, há muitasdespedidas de amigos, colegas, professores, escolas e até cidades.

Alguns lidam melhor com elas, outros nem tanto. O que os diferencia? É uma boa pergunta, que, talvez, não tenha umaresposta única. O que vemosmuito comumente são pessoas que têm mais facilidade paralidar com mudanças e outrasnem tanto. E tudo bem.

A vida adulta possuidespedidas de cidades, amigos, colegas, professores, amores, avós, pais, filhos e netos. É, o que já se desenhavana infância e adolescência volta com muita força na fase adulta. Despedidas atreladas anovas fases, como o momento da formatura, são mais fáceis de encarar, já de amores e familiares, nem um pouco fácil.

Lembro de amores que terminaram, que encerraram, lembro das dores que senti.Dos sonhos encerrados, das emoções envolvidas. Delas, a mais latente é a dor. Nossa,como dói se despedir de umamor. E de tudo que gera dor,tendemos a desviar, fugir ou até mesmo negligenciar. Maseu aviso, meus queridos leitores, um dia a conta chega. A dor é inegociável nas despedidas.

E quando a despedida está atrelada a uma morte, tudo complica um pouco mais. Aliás, a morte está diretamente relacionada à despedida. E me surpreende este tema não sertrazido à tona desde nossainfância, jáque sabemos que esta é uma verdade absoluta para todos que nascem. Porém, ainda uma realidade velada.

Enfim, a despedida no momento da morte de alguém que amamos é o ponto alto de nossas emoções. Como é difícil conviver com esta ausência. E novamente retomo a questão da dor.A importância da dor nessas despedidas. Elas são o grandeaprendizado para que possamos realmente honrar tudo o que foi vivido, todas assensações vivenciadas. É através da dor que conseguimosvisualizar toda a história,como se fosse um filmepassando em nossa mente.  E após esta dor, quepode durar anos, está um potedourado. Assim como no fim do arcoris. Ali, encontramos o acalanto do amor e das memórias que ele carrega, que nos fazem ver que somosassim, hoje, graças a essas despedidas.

As despedidas, juntamente com a dor que trazem, nos tornam mais fortes. Eu diria até que, em algumas vezes, mais duros. Eu, particularmente,nunca tive medo de passar pelas despedidas novamente, e não fugi de novas experiências. Mas, confesso, estou cada dia maiscalejada, inclusive acho que estou cansando. Passei a me privar de algumas experiências,porque existem dores que sãodifíceis de encerrar.

Quando vemos outro amigo passando pela mesma experiência, sentimos, novamente, toda aquela imensidão de dor. Ah, se tivessem nos contado que seria assim,que a vida seria inteira dedespedidas, dores e, apenas em algumas vezes, de recomeços, talvez não estivéssemos aqui hoje. A única certeza que tenhoé que das despedidas e suas dores, decorrem ciclos que se encerram. E temos que ser gratos a tudo como foi. Seique esta parte é difícil para muitos, mas vou revelar algumas formas que me ajudam.

A dor é única e exclusiva de quem a sente, inclusive na sua forma eintensidade. O processo da dor é inegociável e intransferível. É uma fase davida que somente você poderá passar, ninguém fará por você. Portanto, desejoque sejamos cada dia mais respeitosos com a dor do próximo, pois todos passamospor despedidas.

Costumo citar que tudo é como tem que ser e, assim, exercito minha aceitação. É preciso reconhecer que a vida é uma jornada e que vamosevoluindo, passando de fases, portanto se perdoe, deixe as culpas do passado láno passado mesmo. Saiba que o queentregamos era o que tínhamosmaturidade para fazer. Esta parte foi bem difícil para mim, mas hoje vejo que sou outra pessoa efui deixando a culpa para trás. Agora,quando a despedida está atreladaà morte de alguém querido, lembre-se queesta pessoa vive em você. Portudo que el@ representou, por tudo que el@ ensinou e viveu com você. Este ciclo encerrará na forma física, mas nunca no amor.

Portanto, meus queridosleitores, sigam com amor. Entreguem o seu amor hoje, porque amanhã pode vir uma despedida e uma parte de vocêtambém morrerá. Viva o hoje deforma intensa.

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