A saúde tem rosto e tem família | Marcela Dachery

“Diante do convite de relatar sobre a experiência como profissional em atuar em um momento tão tenso como essa pandemia e ao mesmo tempo como mãe, filha e esposa, me questionei como representar o sentimento a cerca de 700 profissionais que eu coordeno. Assim, disparei nos grupos de WhatsApp: “Quem quisesse escrever uma cartinha relatando como se sentiam em atuar neste momento tão tenso, recheado de medos, iincertezas e ao mesmo tempo, levar segurança para suas famílias de que tudo ficará bem e que sim, estamos nos cuidando no dia a dia para voltar para casa com saúde”, poderia escrever. 


As respostas vieram rápidas em papel, por e-mail e por mensagens. E os sentimentos se repetiam. A cada uma que li me emocionei, a vontade era de abraçar cada um deles (mas a pandemia não me permitiu) e acolher seus sentimentos. 


À mim gerou sentimento de gratidão por ter ao lado uma equipe engajada, com o propósito de cuidar de pessoas, mas entre as linhas, o medo surgia. 


Mas a equipe de saúde mental do hospital me fez refletir que não é tão ruim assim senti-lo, pois na dose certa nos torna prudentes nas nossas ações. 


Numa pandemia, não ter medo pode fazer com que os profissionais não se cuidem da forma adequada e se exponham aos riscos de uma doença infecto contagiosa como o COVID-19. Inconscientemente esse medo se transforma em cuidado consigo e com sua família, que está ansiosamente à sua espera em cada fim de plantão. A cada dia que passa é um a menos para voltarmos a nossa vida “normal” com menos tensão. Não sei se será igual, mas será mais leve. Tenho convicção que sairemos mais fortes e com a certeza de termos cumprido com a nossa missão como profissionais da saúde, cuidando de pessoas e com nossas famílias repletas de orgulho do que fizemos.”

Marcela Dachery ,

Gerente de Enfermagem do Hospital Tacchini


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