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Camila F., 32 anos, tatuada e doutoranda

Se tu quer realmente ouvir toda a epopeia, a primeira coisa que tu deve querer saber é onde nasci e como foi a minha infância como neta e filha única, e o que meus pais faziam antes de eu nascer e tal, e essa coisa toda meio David Copperfield, mas eu não to a fim de entrar nessa, na real. 


Pra começo de conversa, tudo isso me irrita muito, e depois os meus pais iam ter duas hemorragias cada um se seu contasse algum negócio mais pessoal lá deles. Eles são sensíveis pra caramba com essas coisas, principalmente meu pai. Meu pai não chora. Ele fica com o olho inchado e vermelho, mas não chora. Não na minha frente.

Aliás, minto: o vi chorar quando fiz minha primeira viagem de avião. Minha mãe já foi chamada de narcisista por uma psicanalista sem noção. Eles são bacanas, e eu garanto isso. Mas são sensíveis pra caramba. 

Ademais, não vou tentar contar minha biografia nem nada do tipo. 

Até porque eu sou uma pesquisadora-filosofa-jornalista-estudante viciada no que faço.

Vou contar pra vocês como é nascer bipolar e como é ter uma personalidade borderline. 

Essa coisa escrita ali em cima eu adaptei das primeiras páginas da história do Holden contada pelo Salinger. 

Tive medos, fui rebelde, lutei pra ter meu mundo, tive medo de crescer mas ao mesmo tempo, tive ânsia disso. 

Como Caulfield, detesto adultos, falsos, hipócritas e imbecis – aprecio, entretanto, as crianças – ou quem tem esse espírito jovem – espontâneas, generosas, mas nem sempre inocentes.

Mais nova, e até poucos dias, eu queria ficar na beira de um precipício monitorando as crianças pra que elas não caíssem. 

O que eu percebi, porém, foi que, antes de tentar monitorar e salvar alguém, eu deveria salvar a mim mesma. Não porque estava em risco, mas porque precisava enfrentar algumas coisas.

Hoje, os monstros são meus amigos, a arrogância não é algo que me faça mal, mas a burrice detona meu humor.

Isso aqui não vai ser uma autobiografia cheia de vitórias. É apenas uma vida. REAL.

A Saíle escreveu os Causos da Comarca de São Barnabé e tá sendo perseguida. Eu queria falar sobre isso tudo, sobre essa epopeia psiquiátrica há algum tempo, e então por causa dela, eu tomei coragem.

Saíle, por favor, fica na beira do abismo pra eu não cair!

Eu vou escrever aqui sempre de uma maneira informal – pode ver que eu não conjugo o “tu”, né? É estilística. Uma das coisas que sou é linguista, então me dou esse direito.

Por hoje é isso, mas aparecerei por aqui, como um alecrim dourado que nasce, sem ser semeado. 

Não vai ser uma biografia chata, juro. E se for, vocês podem atirar o pau na gata tatuada. Eu adoro críticas, mais do que elogios.

De onde escrevo? Do Lemarchand Workstudy Box.

Whatsapp: 054996361699
E-mail: ccpaesef@gmail.com

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