A migração para o mercado livre de energia pode ser uma das formas mais eficientes para baratear essa que é uma das principais despesas para a indústria. Embora cada caso exija avaliação específica, em linhas gerais o desconto pode ser de até 30% na conta, disseram especialistas da Comerc, em live promovida pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), dia 20 de julho.
Não são todas as empresas que podem se beneficiar do mercado livre de energia. Essa modalidade passa a ser vantajosa para empreendimentos que consomem a partir de 500 kW de energia contratada em média/alta tensão. Mas isso nem sempre significa um impeditivo para adentrar ao mercado. “Às vezes, é viável aumentar a demanda de energia, tipo para empresas que têm fatura de R$ 20 mil, R$ 30 mil, para fazer a migração ao mercado livre e economizar com a conta. Depende do perfil de cada empresa”, explica o engenheiro de energia Dheferson Alixandre da Silva.
Um dos principais benefícios desse mercado, claro, é a redução de custos, já que existe uma negociação direta com o fornecedor pelo insumo. “O impacto na conta é muito grande, depende de cada caso, mas em linhas gerais entre 10% e 30%, apenas com a troca de fornecedor dele de energia. O retorno é muito grande pelo investimento”, diz o engenheiro de energia Pedro Pescador de Mello. No entanto, essa não é a única vantagem. Ao contrário do mercado cativo – explicar brevemente o que é –, o consumidor não está à mercê das bandeiras tarifárias, que podem sobretaxar o serviço de energia, deixando a conta mais cara.
Silva destaca, também, a previsibilidade de gastos com energia. “Como se pode contratar a longo prazo e firmar os preços, isso auxilia na previsibilidade orçamentária das empresas, porque antecipa o quanto elas vão gastar com energia, liberando-a para outras frentes de investimentos”, analisa o engenheiro. Outro aspecto importante é quanto à sustentabilidade. Neste mercado, o cliente pode escolher comprar energia de fontes renováveis sem a necessidade, por exemplo, de ter painéis de energia fotovoltaica para isso.
Para quem já está no mercado livre há outras vantagens. Neste momento, com a demanda de energia abaixo do normal por conta da pandemia, há mais oferta, o que torna o preço mais atraente para a contratação. “Cada dia tem uma cotação, gostamos de fazer uma analogia com o dólar, pois é um mercado livre, depende de oferta, demanda, chuva e outros fatores para gerar energia. Hoje, com a oferta maior do que a procura, seria um momento oportuno para travar o preço para pagar menos pela energia”, diz Mello.
Mas há outras frentes que quaisquer empresas podem adotar para melhorar a eficiência energética, de forma a reduzir custos. Quanto à iluminação, por exemplo, a troca de lâmpadas fluorescente ou de vapor metálico por de LED. Na questão de climatização e refrigeração, trocar ar-condicionado e refrigeradores por modelos mais eficientes, assim como motores, bombas e compreesores. “Independentemente do perfil da empresa, é válido olhar para isso. A energia mais barata é a energia que a gente não paga”, comenta Silva.
A live, intermediada pelo 2º vice-presidente para Assuntos da Indústria do CIC-BG, Bruno Benini, pode ser vista na página do Facebook do CIC-BG ou no canal da entidade no Youtube (pelo link https://youtu.be/ghsb5V0cswk).