Dívidas no comércio bento-gonçalvense recuam mais de 6% em 2019

Montante devido ao varejo local retrocedeu cerca de R$ 1 milhão, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves

 

Mesmo que o acumulado da inadimplência bento-gonçalvense ainda passe dos R$ 14,1 milhões, uma boa notícia anima o setor varejista neste início de 2020: os valores devidos pelos consumidores ao comércio recuaram 6,7% em 2019, no comparativo com o ano anterior. Os dados foram divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves no dia 23 de janeiro.

A maior queda no montante de dívidas dos últimos anos ficou evidente em números reais: foram mais de R$ 1 milhão de retrocesso – já que, em 2018, os valores ultrapassaram a casa dos R$ 15,1 mi. A quantidade de devedores também recuou – e é a menor dos últimos quatro anos. O levantamento leva em conta contribuintes em débito também com a prefeitura.

O recuo significativo na inadimplência indica um momento de maior segurança e estabilidade do trabalhador, que consegue colocar em prática um planejamento orçamentário, permitindo estancar as dívidas. “Sabemos que a inadimplência não se dá pela vontade do consumidor, mas sim pela escassez de recursos para quitar os débitos. A orientação é que, quando houver a estabilidade financeira, o primeiro passo seja procurar os credores para quitar as dívidas. Por isso que os dados do último ano nos deixa esperançosos para um cenário de retomada econômica cada vez mais sólida e segura no país”, considera o presidente da CDL-BG, Marcos Carbone.

 

Perfil dos devedores

Os dados coletados pela CDL-BG revelam que a maioria dos inadimplentes deve de R$ 100 a R$ 250, representando 31,4% do total – índice menor do que em 2018, quando quase 34% deviam esse ticket médio. Por outro lado, aumentou o percentual de indivíduos que estão com dívidas de até R$ 500: de 19,4% em 2018 para 25,6% no ano passado – enquanto o número de quem devia acima desse valor recuou pouco mais de 3%.

Apesar da redução no número de inadimplentes cadastrados no SPC, houve aumento de pessoas jurídicas nesta lista. Na comparação entre os dois últimos anos, o crescimento foi de quase 4%.

O relatório também mostra que as mulheres continuam no topo da lista – e com aumento nos percentuais: enquanto em 2018 elas somavam 67,1% na quantidade de registros, em 2019 esse número cresceu para 68,5%. Em ambos os anos, pessoas de 30 a 39 anos foram as que mais se endividaram, representando 24,9% do montante – seguido de perto por quem tem entre 40 e 49 anos, com 24,6% do total. A maior parte dos inadimplentes – 75,7% em 2019 – está cadastrada no SPC entre nove meses e quatro anos. Em 2018, o período entre um e dois anos foi o que registrou a maior parcela de cadastrados no serviço – 19,88%. Já em 2019, a maior parcela – 21,34% – coube à faixa de tempo compreendida entre nove e 12 meses.

 

Cenário bento-gonçalvense vai ao encontro do perfil nacional

Se os dados da CDL-BG evidenciam uma queda significativa no montante de dívidas dos consumidores locais, em âmbito nacional a perspectiva também converge para o otimismo. Isso porque os dados mais recentes divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam para uma redução na inadimplência, registrada no penúltimo mês do ano, de 0,27% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A última queda havia sido em setembro de 2017 – ou seja, o índice caiu pela 1ª vez em dois anos, permitindo uma projeção positiva para 2020.

 


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