Um Novo Olhar | A ovelha negra das células por Melissa Poletto

Os meses de outubro e novembro são lembrados através de muitas campanhas que trabalham a consciência e o incentivo à prevenção e ao tratamento do câncer de mama e próstata. Eu nunca tive câncer, mas já vivi e convivi com pessoas próximas que passaram por esta doença. Realmente, ainda é um mistério para a medicina, apesar da evolução constante desta ciência. Diante da minha ignorância, mas com a entrega ao meu sentir, me aventurei a escrever este texto direcionado às pessoas que convivem com esta doença, a qual está diretamente relacionada ao crescimento desordenado de células malignas. Aqui faço analogia a uma célula ovelha negra. A alma percorre o corpo.

Podemos nos atentar aos sinais do nosso corpo. Muitas vezes, temos dores de cabeça, dores nas costas, inflamações, entre outros sintomas. Todos são sinais de que algo não vai bem. Eu, por vezes, sinto tonturas, como se fosse uma labirintite, nos últimos dois meses do ano. Este padrão foi seguido por, pelo menos, quatro anos. Com a pequena, mas significativa experiência que tenho, percebi que o corpo estava me mandando sinais. Bem como as dores na cervical. Hoje, lido com uma doença autoimune chamada dermografismo, sem causa evidente. Aliás, é sempre aquela busca pela causa, pelas respostas. Como se isso fosse tão preciso como a matemática.

Sim, eu já sei que o dermografismo tem cunho emocional e que tem alguns gatilhos que fazem com que se intensifique. Mudar isso já é outra história. Mas o que eu sei é que o cunho emocional dele só chegou porque eu não dava atenção para os sinais. BINGO!!! Aqui está o foco do nosso texto. Quantos sinais você consegue perceber, hoje, que demonstram que o seu emocional está com problemas? E não me venha com a história de que não tem tempo para isto. Este é um dos grandes problemas associados ao nosso descaso emocional. Acreditamos piamente na frase “eu não tenho tempo para isso.” Acredite, a alma sabe que está emocionalmente cansada ou sofrendo, e ela vai levar para o corpo esta dor, principalmente se continuarmos negligenciando os sinais.

Negar que a nossa saúde emocional impacta na saúde do nosso corpo, para a Melissa, parece um nível altíssimo de negligência e, principalmente, de falta de amor próprio. Nós, em muitos momentos, pensamos que temos que dar conta de tudo, da casa, do marido, da esposa, dos filhos, do trabalho, das expectativas de nossos pais. Que ideia falha e, por que não, arrogante. Quem nós pensamos que somos? Somos seres comuns como todos os outros. Sim, temos características específicas que contribuem para o todo, mas que mesmo assim precisam de pausas e limites.

Releia o parágrafo anterior quantas vezes for preciso para perceber que temos que compreender a importância do receber. Tudo começa com o nosso autocuidado e permeia por aqueles que nos cercam. Chega de ser a fortona ou o fotão, que dá conta de tudo e de todos. Neste ponto, é onde reside a arrogância, quando eu quero dar ao outro aquilo que me falta. Aquilo que eu não consigo dar a mim mesma. E, então, a alma começa a adoecer. É impossível dar a outro aquilo que não damos a nós mesmos.

Quando o corpo adoece, a alma já está doente há muito tempo. Quantas pessoas queremos salvar na jornada da vida e esquecemos de nos nutrir? Já parou para pensar que o egoísmo é algo benéfico? Sim, em benefício próprio mesmo! Se você conseguir, por alguns minutos, retirar o olhar moral, perceba que o egoísmo pode trazer muitos benefícios. Lembrei da apresentação de segurança em aeronaves… “Máscaras de oxigênio cairão. Primeiramente, coloque-a em você e depois ajude o outro”. É isso!! Primeiro eu!! Primeiro euuuuu!!!! E, só depois, eu conseguirei oferecer a outro.

Eu só conseguirei transbordar o que já tenho, caso contrário será um eterno vazio tentando ser preenchido. E se este vazio for preenchido por uma célula, ovelha negra? Isto é, por um tumor. Já se fizeram esta pergunta? Eu já! Inúmeras vezes! Sei que o tema é complexo, com inúmeras variáveis, mas se faz necessário iniciar por algum lugar. Eu sempre falo que a vida está nas perguntas. Eu começo sempre me questionando.

Quando eu me sinto preenchida, sem vazios, percebo que tenho uma maior leveza e, neste ponto, consigo receber de outros e dar a outros. A lei do equilíbrio do dar e tomar. Creio que onde há equilíbrio, o corpo tende a não adoecer, porque a alma está leve. Mas lembrem-se a ovelha negra também pertence.

Desejo, sinceramente, que todos cuidem das suas almas, das sua emoções.

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